Sam Altman diz que OpenAI não é uma “empresa normal” (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)
A OpenAI desistiu de se transformar em uma empresa independente da organização sem fins lucrativos que a controla. O novo desenho institucional foi divulgado pela companhia nesta segunda-feira (05/05) e mantém a fundação como controladora e principal acionista dos negócios.
Antes de prosseguir, é bom explicar como a OpenAI está constituída atualmente. Basicamente, existem duas OpenAI: uma organização sem fins lucrativos, fundada em 2015, e uma empresa com fins lucrativos limitados, fundada em 2019.
OpenAI foi fundada em 2015 como organização sem fins lucrativos (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)
A organização sem fins lucrativos controla a empresa, que foi criada como forma de atrair dinheiro e financiar o desenvolvimento da inteligência artificial. Entre as investidoras, estão a Microsoft, o SoftBank e fundos de venture capital. Em março, a desenvolvedora do ChatGPT e outras ferramentas de IA estava avaliada em US$ 300 bilhões.
Qual era o plano original?
O plano divulgado em dezembro de 2024 incluía transformar o braço com fins lucrativos em uma corporação de benefício público (PBC, na sigla em inglês), visando resultados financeiros e o bem da sociedade.
A organização sem fins lucrativos teria uma participação societária na empresa, mas não a controlaria, passando a se dedicar a iniciativas de caridade. Como parte do processo, a fundação receberia uma quantia bilionária.
O que mudou?
O plano de transformar o braço com fins lucrativos em uma PBC continua, mas a organização sem fins lucrativos seria a controladora e uma das principais acionistas da companhia.
“A OpenAI não é e nunca será uma empresa comum”, afirmou Sam Altman, cofundador e CEO, em uma carta aos funcionários. Ele explica que a companhia quer obter recursos para disponibilizar ferramentas de inteligência artificial para toda a humanidade, o que pode custar até trilhões de dólares.
Por que a OpenAI desistiu?
Segundo o comunicado publicado em seu site, a OpenAI tomou a decisão de manter a fundação sem fins lucrativos no controle da empresa após ouvir lideranças da sociedade civil e participar de diálogos construtivos com as procuradorias-gerais dos estados americanos da Califórnia e de Delaware.
Em outubro de 2024, antes mesmo do anúncio dos planos de transição, a procuradora-geral de Delaware pediu mais informações sobre o processo. Em janeiro de 2025, o procurador-geral da Califórnia solicitou explicações sobre como seria a transferência dos ativos da fundação para a empresa.
Além desse escrutínio, a OpenAI também enfrenta um processo de Elon Musk, um de seus fundadores, que acusa a organização de abandonar seu propósito original. De acordo com o Axios, Altman minimizou essa questão durante uma entrevista. “Vocês são obcecados pelo Elon. Nós estamos aqui para pensar na nossa missão e encontrar formas de atingi-la”, declarou.
Com informações da OpenAI, do Axios, do TechCrunch e da Bloomberg
OpenAI recua e vai manter organização sem fins lucrativos no controle
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