OpenAI quer mais opções de fornecedores e canais de venda (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)
Resumo
Microsoft e OpenAI enfrentam discordâncias sobre controle e modelo de negócios.
A aquisição da startup Windsurf pela OpenAI pode gerar conflitos de concorrência.
A OpenAI planeja se transformar em uma empresa com fins lucrativos, o que ainda precisa da aprovação da Microsoft.
Microsoft e OpenAI enfrentaram dificuldades em seu relacionamento nas últimas semanas. O controle da Microsoft e a migração da OpenAI para um modelo com fins lucrativos foram pontos de discordância, o que tem levado a empresa comandada por Sam Altman a considerar um processo por práticas anticompetitivas.
Como explica o Axios, o último episódio envolve a startup Windsurf, que teria sido comprada pela OpenAI em maio de 2025. O acordo mais recente entre Microsoft e OpenAI, firmado em 2023, define que a gigante de Redmond pode ter acesso a toda propriedade intelectual da empresa de IA, incluindo subsidiárias adquiridas.
Sam Altman e Satya Nadella juntos em 2019, no início da parceria (foto: divulgação/Microsoft)
No entanto, a OpenAI defende que, neste caso, as duas empresas podem se meter em encrenca. A Microsoft já é dona do GitHub, que conta com a IA GitHub Copilot, que é um produto concorrente do Windsurf. Ter dois produtos que competem entre si pode violar regulações antitruste.
Por isso, a criadora do ChatGPT estaria considerando apresentar uma denúncia às autoridades regulatórias e pedir uma revisão do contrato. Isso só aconteceria em último caso, uma vez que poderia acabar com a parceria entre as duas empresas e também atrair as atenções dos órgãos de controle sobre a própria OpenAI.
Em um comunicado conjunto, as duas empresas afirmam que as conversas ainda estão acontecendo e que ambas estão otimistas para continuar trabalhando juntas nos próximos anos.
Empresas enfrentam problemas em reestruturação e recursos
O desacordo, porém, é só um episódio de uma crise mais ampla, que, como explica o Wall Street Journal, tem três pontos principais: o acesso da Microsoft aos modelos de IA da OpenAI, a contratação de data centers e a conversão da OpenAI em uma empresa com fins lucrativos.
Apesar de os modelos da OpenAI terem sido cruciais para vários produtos da Microsoft, as duas empresas são atualmente concorrentes em diversos mercados, de chatbots (com ChatGPT e Copilot, respectivamente) a soluções corporativas. A Microsoft estaria, inclusive, diversificando investimentos e contratando concorrentes para desenvolver modelos de IA de forma independente.
Ao mesmo tempo, o acordo define que o Azure, da Microsoft, é o único revendedor autorizado das ferramentas de software da OpenAI, limitando as possibilidades de gerar receita em outros provedores.
Também há a questão do acesso a recursos de computação em nuvem. A Microsoft foi, durante muito tempo, a única fornecedora da OpenAI, até um acordo com o Google em junho de 2025. A companhia de IA enfrenta problemas devido à capacidade computacional limitada, e aponta este motivo para os atrasos em seus modelos.
O terceiro e último ponto é o plano da OpenAI para se transformar em uma empresa de benefício público com fins lucrativos — atualmente, ela é uma empresa com lucros limitados (capped-profit), controlada por uma entidade sem fins lucrativos. Com isso, a companhia espera atrair mais investidores e obter mais recursos financeiros.
Essa migração precisa de autorização da Microsoft, mas as duas empresas ainda não se entenderam. Segundo o site The Information, a proposta da OpenAI é que a Microsoft abra mão de seu direito aos lucros futuros e fique com uma fatia de 33% da nova companhia. A Microsoft teria recusado e manifestado seu desejo de ter uma participação maior.
Com informações do Axios e do Wall Street Journal
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