Intel investiga desvio de US$ 840.000 envolvendo ex-funcionária (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)
A unidade israelense da Intel foi alvo de uma fraude que poderia ter sido evitada com um controle mais rigoroso de despesas. O esquema teria sido conduzido por uma ex-funcionária chamada Natalia Avtsin e causou prejuízos equivalentes a mais de US$ 840.000 (ou R$ 4,75 milhões, na conversão direta).
O prejuízo só não foi maior porque Avtsin foi demitida da Intel em novembro de 2024. Porém, a demissão foi motivada por um plano de redução de custos da Intel Israel. O esquema fraudulento só foi descoberto depois.
Tudo começou em outubro de 2023, um mês depois de Yafim Tsibolevsky ter se cadastrado junto à Intel como um fornecedor de componentes de hardware. Para essa operação, ele usava o nome comercial Energy Electronics 2000.
Natalia Avtsin trabalhava no departamento de produção de hardware da Intel e, assim, passou a solicitar orçamentos de componentes aTsibolevsky. Quando o orçamento era recebido, Avtsin o encaminhava para aprovação de seu gerente.
O esquema começava aqui: de acordo com as investigações, quando o orçamento era aprovado, Avtsin alterava a classificação do orçamento de “componentes” para “serviços”. Isso porque, ao contrário dos pagamentos de componentes, a contratação de serviços não exigia recibos ou outros documentos relacionados.
Com isso, Tsibolevsky recebia pagamentos da Intel sem que os pedidos relacionados a eles fossem devidamente checados, afinal, as ordens haviam sido modificadas de fornecimento de componentes para prestação de serviços.
Presumivelmente, Avtsin recebia parte dos valores repassados pela Intel a Tsibolevsky. A participação da agora ex-funcionária era essencial, pois ela tinha que mudar a categoria dos orçamentos no momento certo: se os pedidos de orçamento que chegavam ao seu gerente estivessem classificados previamente como “serviços”, as aprovações não seriam dadas.
Sede da Intel em Santa Clara, Estados Unidos (imagem ilustrativa: Coolcaesar/Wikimedia Commons)
Um detalhe que facilitou a descoberta do esquema
A Intel poderia ter tido um prejuízo maior se não tivesse demitido Natalia Avtsin. Mas, mesmo que ela continuasse fazendo parte do quadro de funcionários da companhia, uma hora ou outra o esquema seria descoberto. Isso porque a fraude seguia um padrão.
Um dos detalhes que ajudaram a Intel a descobrir o esquema foi o fato de a maioria das faturas emitidas por Tsibolevsky ter valor máximo equivalente a US$ 20.000, que era o limite com o qual Avtsin poderia trabalhar. Uma grande quantidade de orçamentos com valores parecidos entre si levantou suspeitas.
O efeito não poderia ter sido outro: Natalia Avtsin e Yafim Tsibolevsky estão sendo processados judicialmente pela Intel. Mas essa pode ser só uma parte dessa história.
As investigações apontam que há mais envolvidos no esquema: parte por orçamentos fraudulentos foi processada por uma empresa de nome Levanon Kogan. A Levanon teria lidado com pelo menos 30 pagamentos, com valores cujas soma supera US$ 561.000 (R$ 3,17 milhões).
Que fase a da Intel.
Com informações de Tom’s Hardware e Ctech
Intel investiga desvio de US$ 840.000 envolvendo ex-funcionária
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