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Apple e Google não querem adotar um bloqueio global de celulares roubados

Polícia Metropoliotana de Londres enxerga as medidas atuais como insuficientes (Imagem: Thássius Veloso/Tecnoblog)

Resumo

Polícia Metropolitana de Londres pressiona Apple e Google a implementarem bloqueio global de celulares roubados via IMEI.
Apple e Google se opõem à proposta alegando riscos de fraudes financeiras e problemas logísticos.
A Polícia argumenta que o atual sistema não impede a revenda de celulares roubados em outros países.

A Polícia Metropolitana de Londres (Met) está pressionando Apple e Google a adotarem medidas mais rigorosas para tornar celulares roubados inutilizáveis em escala global. A principal proposta da corporação é o bloqueio dos aparelhos via IMEI, o número de identificação único de cada dispositivo. As gigantes da tecnologia, porém, defendem os sistemas de segurança já existentes e levantam dúvidas sobre a eficácia e os riscos do modelo sugerido.

O embate acontece em meio a uma escalada da criminalidade envolvendo smartphones: dois terços dos roubos em Londres já envolvem esses dispositivos, que estariam ligados a até 70% dos crimes com faca na capital britânica.

Polícia quer inutilização “na fonte”

A principal demanda da polícia britânica é que Apple e Google implementem um sistema capaz de bloquear permanentemente o uso de qualquer celular reportado como roubado, com base no IMEI.

Atualmente, no Reino Unido, as operadoras já bloqueiam o IMEI de aparelhos roubados para impedir seu uso em redes locais. O Brasil adota uma abordagem semelhante, com a solicitação direta às operadoras e, mais recentemente, com o programa Celular Seguro, lançado pelo governo federal.

Quando recebe um alerta de roubo, a ferramenta brasileira notifica operadoras, bancos e empresas de tecnologia para bloquear remotamente o acesso aos dados do aparelho — Apple e Google, no entanto, também não aderiram ao programa por aqui.

Sem adesão das fabricantes, essas medidas são consideradas insuficientes pela polícia britânica. Isso porque não impedem que os dispositivos sejam revendidos e reativados em outros países, especialmente quando suas travas de segurança são burladas. Relatórios apontam que cerca de 28% dos celulares roubados em Londres são enviados para a China ou Hong Kong.

Além do bloqueio de IMEI, a Met solicita, desde outubro de 2023, que as empresas impeçam que um dispositivo perdido ou roubado se conecte aos seus respectivos serviços de nuvem, como o iCloud. Segundo a corporação, as empresas poderiam fazer essa restrição sem necessidade de envolvimento da polícia.

Apple e Google acreditam que solução potencializaria fraudes

Celulares roubados são porta para fraudes financeiras (Imagem: Gilles Lambert/Unsplash)

Representantes da Apple e do Google foram ouvidos por um comitê parlamentar britânico que analisa a questão. Eles levantaram objeções às propostas da polícia.

Gary Davis, chefe da área jurídica da Apple, argumentou que focar apenas no bloqueio de IMEI poderia ignorar outros problemas, como o mercado de peças roubadas – em que os aparelhos são desmontados para a venda de componentes. A Apple teme que, se o bloqueio de IMEI for a única solução, os criminosos simplesmente migrem para essa atividade.

Davis também expressou grande preocupação com o potencial de fraudes: “Preocupa-nos um cenário em que qualquer pessoa que alegue ser a dona do aparelho possa fazer esse tipo de solicitação”. Ele disse que a Apple já lida com “extensas tentativas de fraude”, estimando mais de mil tentativas de acesso indevido a dispositivos por mês.

Pelo lado do Google, Simon Wingrove, gerente de engenharia de software, afirmou que uma mudança no uso do banco de dados global de IMEIs (hoje mantido e utilizado principalmente por operadoras) para permitir o bloqueio por outros atores exigiria uma discussão ampla de toda a indústria, de modo a garantir que seja uma medida “segura e sensata”.

Empresas defendem suas soluções próprias

iOS 17.3 estreia a Proteção de Dispositivo Roubado (Foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)

Para a Apple, a ferramenta Bloqueio de Ativação, que vincula os componentes do iPhone ao Apple ID do usuário, ainda é a defesa mais robusta contra revenda de aparelhos roubados e o mercado paralelo de peças. Em 2024, a empresa reforçou esse arsenal com a Proteção de Dispositivo Roubado, que exige autenticação biométrica para alterar configurações sensíveis do aparelho.

Já o Google continua investindo na Proteção contra Restauração de Fábrica e no novo Bloqueio por Detecção de Roubo, que também visa dificultar o uso do dispositivo por ladrões após o furto.

Com informações de BBC
Apple e Google não querem adotar um bloqueio global de celulares roubados

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